Conheça os elementos do aterro sanitário
Elementos de um aterro sanitário não perigoso
O aterro sanitário é uma obra de engenharia projetada sob critérios técnicos e normas ambientais, cuja finalidade é garantir a disposição correta dos resíduos sólidos não perigosos, de modo que os descartes não causem danos à saúde pública ou ao meio ambiente. Teoricamente, o aterro sanitário é considerado uma das técnicas mais eficientes e seguras de destinação de rejeitos.
O aterro convencional é formado por camadas de resíduos compactados, que são sobrepostas acima do nível original do terreno, resultando em configurações típicas de escadas ou pirâmides.
A decomposição dos resíduos depositados nos aterros sanitários gera como subprodutos o chorume e gás (metano), que precisam ser tratados para não causar contaminação. O chorume, conhecido por lixiviado de aterro sanitário, é um efluente líquido e escuro, rico em matéria orgânica e outros materiais, que na ausência de tratamento adequado pode causar diversos impactos ambientais.
ELEMENTOS DE UM ATERRO SANITÁRIO
O projeto de um aterro sanitário deve prever a instalação de elementos para captação, armazenamento e tratamento do chorume e do biogás, além de sistemas de impermeabilização superior e inferior. Esses elementos são fundamentais para que a obra seja considerada segura e ambientalmente correta, e por isso precisam ser bem executados e monitorados.
– SISTEMA DE DRENAGEM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
Tem o objetivo de evitar a entrada de água de escoamento superficial no aterro, diminuindo o volume de lixiviado e também a infiltração das águas superficiais que pode causar instabilidade na massa de resíduos.
– SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE FUNDO E DE LATERAIS
Esse sistema tem a função de proteger e impedir a infiltração do chorume no subsolo e nas águas subterrâneas, feito com uma camada composta de geomembrana de PEAD, geoxtêxtil e argila compactada, aplicada sobre o solo natural regularizado e de baixa permeabilidade.
– SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE LIXIVIADO (CHORUME)
A implementação desse sistema permite coletar e conduzir o lixiviado para o seu devido local de tratamento. A contaminação dos lençóis freáticos ocorre quando ele infiltra no solo através do substrato inferior do aterro sem que antes tenha passado por um processo de tratamento. Nosso aterro dispõe de um conjunto de sistemas redundantes e dispositivos de controle ambiental que atuam para evitar a possibilidade de ocorrência deste tipo de contaminação. A drenagem pode ser executada através de uma rede de drenos internos que levam o chorume para um sistema de tratamento.
O lixiviado é composto por substâncias tóxicas e alta carga orgânica, o que faz com que seja considerado um problema do ponto de vista do tratamento. A legislação ambiental exige que os aterros sanitários tratem adequadamente o lixiviado e, para atender os padrões estabelecidos, é necessária uma combinação de diferentes métodos. No nosso caso usamos: tratamentos aeróbios e anaeróbios (lagoas) e os tratamentos por processos físico-químicos (coagulação, floculação, precipitação, sedimentação e deságue de lodo). Após controle e verificação que o efluente tratado está dentro dos parâmetros exigidos pelas normas ambientais, ele é lançado em corpo de água, devidamente cadastrado e monitorado pelo órgão ambiental e pela empresa.
– SISTEMA DE DRENAGEM E QUEIMA DOS GASES
Sistema é composto por uma rede de drenagem adequada, capaz de evitar que os gases gerados pela decomposição dos resíduos se acumulem na massa de resíduo e sendo possível sua queima ou aproveitamento.
– COBERTURA INTERMEDIÁRIA E FINAL
O sistema de cobertura, realizado ao se completar cada camada de operação, tem a função de eliminar a proliferação de animais e vetores de doenças, diminuir as taxas de formação de lixiviado, reduzir a exalação de odores e impedir a saída do biogás. A cobertura intermediária é necessária naqueles locais onde a superfície de disposição ficará inativa por mais tempo, aguardando, por exemplo, a conclusão de um determinado patamar. A cobertura final, por sua vez, tem como objetivo evitar a infiltração de águas pluviais e o vazamento dos gases gerados na degradação da matéria orgânica para a atmosfera.